quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

TJ Uniterói #04 - bloco 1 de 5

Programa produzido por estudantes de Jornalismo
Gravado em setembro de 2009

Matérias:
CPI das Barcas
Plano Plurianual


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Que se faça o CHAOS



Marcelo Mesquita

            O filósofo da Antiguidade, Platão, certa vez disse: “a música é o remédio para a alma”, talvez ele estivesse certo, pois devido a inúmeros estilos musicais existentes no mundo de hoje, basta só escolher um e “curar-se” ao som de seu agrado, mas e se o caos se fizesse presente? Desde a revolução musical iniciada pelos Beatles nos anos 1960, bandas em todo mundo têm-se experimentado todo o tipo de efeitos sonoros ou coisas do gênero. No Brasil, por exemplo, tivemos o saudoso Chico Science que, com o seu Nação Zumbi, misturou ritmos folclóricos do Maracatu com o rock. Ainda no Brasil, mais precisamente na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, surgiu uma banda que começa a cruzar a linha tênue que distingue os estilos musicais.
            Formada por Pablo Tavares (voz e programação), Lucas Borges (guitarra e voz) e Seven Lima (bateria), o Habemus Chaos é o grupo que está dando os seus primeiros passos rumo a um mundo da inovação sonora, basta ouvir a Intro (Habemus Party), a faixa que abre o disco e que nos dá o cartão de visitas de um estilo que pode se chamar de electrorock. Estilo esse que pode nos lançar tanto numa pista de dança como num concerto de rock, envolvendo de tal forma que agradará todos os públicos.
            As letras fortes, os rifs e os solos de guitarra mesclam perfeitamente com as bases eletrônicas, e fazem de músicas como A Missão, Pelotão de Frente e Plante na Cabeça a serem grandes candidatas a entrarem no panteão de clássicos do electrorock brasileiro. Há certo exagero em Funkstep (Bonde do Chaos) em que a banda remete a um clima da cena funk carioca, com ritmos que fariam qualquer funkeiro dançar e curtir, já disse que a banda agrada todos os públicos, não disse? Com We Are The Show e Paradise Waiting, a banda mostra que está preparada para o mercado internacional.
            Mas nada se compara a melhor faixa do disco, Violent Friday Night. Começa com uma pegada pesada de guitarra com o embasamento eletrônico na medida certa, num clima meio sombrio e misterioso um blues arrastado ecoa na voz melancólica que é entoada com uma letra bem angustiante, seguida de um solo magistral que fecha dando um último suspiro até chegar ao clímax do que seria a morte zerando de vez o medidor cardíaco e fim. Mas o Habemus ainda respira, porque daqui para frente o que eles querem é que se faça o CHAOS.
Mais informações: -site oficial http://www.habemuschaos.com - youtube http://www.youtube.com/habemuschaos - facebook http://www.facebook.com/habemuschaos - twitter http://www/twitter.com/habemuschaos

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Aquele que salva uma vida, salva o mundo todo


Marcelo Mesquita

O filme A Lista de Schindler mostra a triste realidade dos horrores da guerra, particularmente a perseguição contra os judeus, também tem como objetivo contar um pouco da vida de Oskar Schindler que, tendo inicialmente uma visão lucrativa, percebe que, aos poucos, pode salvar a vida deles. Baseado em fatos reais, o filme levanta questões acerca da humanidade, e de onde vamos chegar tendo guerras assim tão devastadoras. Faz-nos refletir até que ponto a humanidade vai se dar conta de que a paz é o melhor caminho para se ter uma vida plena e feliz. Será que realmente podemos pensar em paz, depois de tantas armas químicas e biológicas existentes? Onde está a responsabilidade que temos como seres humanos? Para que tanto ódio?
            O diretor Steven Spielberg gravou e arquivou depoimentos de sobreviventes e testemunhas do holocausto para combater o tipo de ódio e ignorância que deu origem ao extermínio dos judeus. A experiência vivida por eles, segundo Spielberg, é tão forte quanto qualquer filme. “São homens e mulheres comuns que puderam superar as circunstâncias e tornaram-se pessoas extraordinárias, como vítimas, puderam, com coragem e firmeza, tornarem-se vitoriosos”, conclui o cineasta.
            O início de A Lista de Schindler é explorado com muitas cenas de primeiríssimo plano, tendo leves toques de subjetiva e plano de meio conjunto. Seguindo o massacre do gueto, vem uma visão panorâmica e, ao mesmo tempo, subjetiva de Schindler. Em um plano de conjunto, é mostrado uma menina que diferencia dos outros judeus e que, fugindo solitariamente, presencia incólume o massacre generalizado ao seu redor, até achar um local seguro para se esconder. O fundo musical é excepcional, lembrando o que poderia ser uma cantiga infantil judia. Na sequência, segue o som da marcha dos soldados que, de certo modo, causava calafrios aos judeus. A rajada de suas metralhadoras contrasta com o piano tocado por um oficial, causando curiosamente até uma indecisão entre eles se aquela música seria de Mozart ou não.


            No menu do DVD, há um piano espetacular que soa triste e melancólico expressando e fazendo-nos sentir e refletir quase que literalmente o sofrimento que os judeus tiveram pelos nazistas. A mesma melodia é ouvida numa cena em que Schindler resgata as mulheres judias em Auschwitz, em um tom mais suave, sem deixar de ser comovente. A cena é encerrada com uma espécie de música judia, atestando a permanência de sua cultura na sociedade. Mesma melodia inicial é tocada num violino arrastado e extremamente minucioso e emocionante, prendendo o ouvinte a refletir sobre os fatos históricos envolvidos no filme para que eles jamais se repitam.
            Spielberg espera que A Lista de Schindler renove no público a atenção sobre o holocausto e ajude a encorajar as pessoas a explorar seu legado na sociedade moderna. “Ninguém pode fazer nada para consertar o passado, aquilo já aconteceu,” disse Spielberg e conclui: “Mas um filme como este pode nos impactar, trazendo a lição para que essas coisas nunca mais aconteçam”.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O show de Truman


Marcelo Mesquita

         Bom dia! É bom vê-lo novamente! Diria Truman (Jim Carey) ao seu vizinho todos os dias quando saía para trabalhar; mas onde Truman trabalha, onde ele mora e em que mundo ele vive? Truman é um cidadão comum. Nasceu, frequentou a escola, arrumou um emprego e casou. Atualmente mora com a esposa numa pequena cidade chamada Seaheaven, onde não há violência, todos se respeitam, além de ser um lugar pequeno, limpo e ter uma enorme praia. Tudo é perfeito, exceto apenas por um único e mísero detalhe: Truman não nasceu, foi forjado; Truman não frequentou a escola, introduziram um pouco de conhecimento nele; Truman não arrumou um emprego, a propaganda é feita nele; Truman também não se casou, foi apenas seduzido privando-o de seu verdadeiro sentimento.
            Por fim, esta brilhante cidade não passa de um imenso cenário onde nada é real, mas o que é realidade? O Aurélio dirá que “realidade é aquilo que existe efetivamente, que é real”. De fato, Truman vivia numa realidade até que começou a perceber algo estranho acontecendo, como por exemplo, pessoas e carros passando num determinado lugar como se fosse algo programado, nada diferente de nossa triste realidade, onde as mesmas pessoas e carros passam diariamente nas ruas sem nem ao menos percebermos a diferença.
            Os Beatles certa vez cantaram “nada é real e não há nada com o que se preocupar”, eles estavam certos, pois Truman poderia passar o resto de sua vida naquele mundo e certamente talvez viveria feliz, pois em sua realidade não existia o problema de violência ou coisa parecida, até que ele começou a se preocupar.
            No filme “A Vida é Bela”, o personagem de Roberto Benigni mostra ao filho uma realidade bem mais divertida do que uma com os terríveis horrores da guerra em que eles estavam vivendo, provando que nós mesmos fazemos nossa própria realidade; foi o que Cristof (Ed Harris), o diretor do mundo “imaginário” ao qual Truman vivia, fez quando lhe deu uma realidade a seu gosto, indo bem mais além do que a nossa realidade. Assim como Deus criou o mundo, Cristof criou uma realidade para Truman, onde o mar, o céu e a lua eram comandados por ele. Truman estava preso naquele mundo e certamente morreria nele, pois estava sendo controlado por Cristof, mas ao contrário de Deus, Cristof não podia controlar seus sentimentos.
            Como um pássaro que acaba de aprender a voar, Truman adquire sonhos e objetivos que só mesmo voando alto ele conseguiria alcançá-los. Tudo foi fabricado em Truman, exceto o amor que ele sentiu por uma garota. Ele iria até em Fiji para encontrá-la, diferente dos personagens criados por Platão que mesmo saindo da realidade onde viviam, retornam para a caverna. A caverna de Platão era uma das mais impressionantes imagens filosóficas já elaboradas, ilustra vividamente como Platão via a condição humana. Ele dizia: “estamos presos num mundo de sombras, o mundo real está oculto para nós”. Como os prisioneiros em sua caverna alegórica, somos seduzidos por uma ilusão. Confundimos sombras com realidade, mas não temos como saber que estamos sendo enganados.
            Talvez ao sair por aquela porta Truman descubra toda a verdade em sua vida, mas que verdade? Que realidade Truman vai descobrir além da qual ele viveu até aquele momento? Ao contrário do mundo irreal onde estava, agora é apenas sua vida e seus sentimentos que o guiarão em sua nova realidade. Boa sorte Truman, tenha um bom dia e até o próximo show. O show da vida.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Via Expressa da Morte

Marcelo Mesquita


            Era um homem de uns quarenta e poucos anos, um grande empresário. Tinha várias mansões nos lugares mais bonitos do mundo. Ele era casado com uma bela mulher e tinha dois adoráveis filhos, falava muitas línguas, era respeitado por todos onde quer que fosse.
            Sempre fez questão de estar presente nos mais glamourosos eventos da alta sociedade. Todos o reconheciam, mas num belo dia de sol, a única coisa que deu para reconhecer foi sua arcada dentária.
            Dirigindo seu carro em alta velocidade, indo para o centro, ao fazer a curva, ele perde o controle do veículo e colide violentamente com um caminhão que vinha no sentido contrário.
            O impacto da batida foi tão forte que praticamente não sobrou nada do carro que ficou totalmente amassado, algumas peças pararam quase 50 metros do local do acidente. A explosão provocou uma enorme fumaça que parou toda a capital. O corpo do empresário foi achado carbonizado e aquela curva, com suas belas árvores em volta da pista, tornou-se conhecida como a Via Expressa da Morte.

Obs.: exercício originalmente escrito no primeiro período de faculdade de Jornalismo. Uma colega argumentou a minha ênfase em relação à Via Expressa, também salientou a respeito do nome do homem que dirigia o carro e quis saber qual era a velocidade em que ele estava, e meu exagero no uso da vírgula.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carnaval termina, ano começa

Marcelo Mesquita

O desfile das escolas de samba, principalmente do Rio de Janeiro, é algo que encanta o público local e estrangeiro. Centenas de pessoas lotam as arquibancadas. As escolas levam para a Sapucaí um brilho e pompa tão exuberantes que alguns dizem que é o maior espetáculo da Terra. Este ano de 2013 não foi diferente e continua a fazer jus ao grande show que é. No entanto, além do público que acompanha os desfiles, há uma pessoa em especial nas quais as escolas têm que mostrar que seus quesitos valem mais do que as outras. Essa pessoa é o jurado. No carnaval do Rio deste ano, os jurados deram mais notas 10 para a Unidos de Vila Isabel que acabou por levar o título. Além de ter sido considerada a favorita, a escola agradou os jurados com o enredo “A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – ‘água no feijão, que chegou mais um’”.
A Rainha de Bateria, Sabrina Sato, esbravejou a vitória ao dizer que “A voz do povo é a voz de Deus e esse ano nós somos campeões”. Com coreografia de Carlinhos de Jesus, os ritmistas aproveitavam o intervalo das paradinhas para dançarem quadrilha. Outra figura emblemática da escola é Martinho da Vila que no dia do desfile completou 75 anos. Porém nem só de carnaval vive o público, quando a folia termina a ficha tem que cair para o ano que se inicia, e com ela vêm os impostos, as contas, cartões estourados e tantas outras dívidas que, às vezes, nem a labuta consegue sanar. Resta agora aos apaixonados pela Vila Isabel comemorarem o título, enquanto outros já devem adiantar a cura da ressaca, pois na próxima semana o ano de 2013 começa de fato, e aí sim, vamos dançar a música nossa de cada dia e sem levar nenhuma nota de jurado.
Fotos: Riotur/divulgação

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Incêndio em boate de Santa Maria, Rio Grande do Sul, deixa mais de 200 mortos

Marcelo Mesquita



Um incêndio na boate Kiss na cidade de Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, causou a morte de 231 pessoas segundo números oficiais divulgados pelas autoridades locais. Eram 2h30 da manhã do dia 27 de janeiro quando, de acordo com testemunhas, faíscas de um sinalizador aceso pela banda que se apresentava no local atingiram o teto de isolamento acústico da boate que tem capacidade para até 2 mil pessoas. A maioria das vítimas eram estudantes universitários e morreram asfixiados pela fumaça tóxica que se espalhou rapidamente pela discoteca. Segundo relatos, houve pânico quando as pessoas perceberam o incêndio e muito tumulto ao tentarem sair pela única porta existente. Não havia portas de emergência suficientes para a quantidade de pessoas. O número exato do público que estava presente ainda não foi divulgado. Foi realizado um velório coletivo em um dos ginásios do Centro Desportivo Municipal, além de um culto ecumênico assim que a identificação dos corpos terminou.
O prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, decretou luto oficial de 30 dias e prevê a contratação de profissionais da área da saúde, inclusive psicólogos e psiquiatras, para darem total assistência às famílias das vítimas. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, acompanhou os desdobramentos do incêndio e divulgou o pesar em sua conta no Twitter. A presidente Dilma Rousseff estava no Chile para participar da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE), e cancelou a agenda para vir à Santa Maria para tomar providências.
Fotos: Agência Brasil/divulgação