sábado, 21 de maio de 2011

Instalação de UPPs no Rio faz crescer a insegurança no restante do Estado

Segundo maior município em população teve aumento da criminalidade

Natássia Lima

Os altos índices de homicídios em São Gonçalo nos últimos meses revelam, entre outros dados, a vulnerabilidade da segurança pública. A polícia investiga uma ligação entre o aumento da criminalidade na cidade e a migração de bandidos do Rio de Janeiro para o norte Fluminense. Sobretudo, após a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas.
Um estudo aponta a migração dos traficantes para municípios vizinhos. Niterói e São Gonçalo estão entre as cidades mais procuradas. Nesses locais, o roubo de carros, assaltos a residências e apreensão de drogas aumentaram cerca de 70% em comparação ao ano passado.
O comandante geral da Polícia Militar, Coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que a falta de efetivo no 7º Batalhão de Polícia Militar é uma das causas do aumento da violência urbana. Segundo o Coronel, houve redução no número de policiais. Atualmente, a unidade conta com cerca de 650 homens para realizar o policiamento no município, que de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui aproximadamente um milhão de habitantes.
Os moradores da cidade têm sentido o aumento da insegurança que se reflete na alteração de suas rotinas. Como é o caso de Mirna Mattos, moradora do bairro Salgueiro, que afirma: “Eu nasci e fui criada aqui e o que tenho visto é um quadro muito triste na história da cidade. Temos convivido com bandidos nas portas de nossa casa, tiroteios constantes e vários amigos e parentes sendo vitimados. Esses dias estava me arrumando para sair com meu bebê e tive que me jogar no chão com ele por causa dos tiros.”
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, existe, porém, uma estratégia da polícia para impedir que as UPPs da capital Fluminense provoquem um aumento da criminalidade em outras cidades. Numa entrevista recente para um jornal do Rio, o governador Sérgio Cabral afirmou que outras UPPs vão ser instaladas ainda este ano, e que as regiões metropolitanas deverão ser contempladas.

sábado, 7 de maio de 2011

Rock para os ouvidos e Prosaico na veia

Foto: divulgação
Marcelo Mesquita

Fundada no final dos anos 90, a banda Prosaico passou por um longo período de hibernação, até ser reativada em 2007, no Rio de Janeiro, pelo seu fundador, Thiago Coimbra. Desde então, a banda busca mais espaço no cenário do Rock independente. A banda também criou a “Revista Prosaico Rock!”, lugar destinado a abordagem de temas fundamentais para a sociedade como meio ambiente, cultura e Rock`n’ Roll.
O primeiro álbum, intitulado "Pra Quem Não Sabe", foi lançado em 2009 pelo selo Astronauta Discos no formato SMD, contendo nove músicas autorais e uma releitura da clássica “Get up, Stand up”, de Bob Marley.
Atualmente, o conjunto conta com Dauler Dib na bateria, Renan Matias no baixo e Thiago Coimbra na guitarra e voz. No final de 2010, a banda produziu o Arariboia Rock em Niterói-RJ. O Duo Postal conversou com a banda sobre shows, Rock in Rio e sobre a expectativa de quando sairá o novo disco.

Duo Postal: Como está a agenda de shows da Prosaico?

Prosaico: Atualmente, a agenda de shows do Prosaico está numa marcha mais lenta, porque neste ano queremos investir mais em mídia. Estamos fazendo um projeto e verificando a possibilidade de fechar com algumas parcerias. Queremos mais visibilidade e pelo menos os shows que aparecem por aqui, para o underground, o retorno que dá em termos de público é muito lento.

Duo Postal: Vocês têm vontade de tocar no Rock In Rio? Como seria para vocês?

Prosaico: Tocar no Rock In Rio iria ser muito bom, tocava até na tenda de forró, tocava qualquer coisa em qualquer lugar. Eu mandava até fazer uma camisa escrita “EU TOQUEI” (risos).

Duo Postal: Depois de aparecer várias bandas coloridas na mídia, queria que vocês me dissessem como veem o futuro do rock brasileiro?

Prosaico: Eu respeito muito essas bandas, porque eles são extremamente competentes na proposta de trabalho deles, que é fazer música para adolescente. Isso é tudo indústria e ela escolhe quem vai fazer sucesso, então a gente fica a mercê. Hoje em dia, a internet possibilita a pessoa de buscar aquilo que quer. A internet possibilita o espaço de harmonia entre as bandas, o difícil é conseguir se destacar. É aquela história de ter uma alavanca, alguma coisa que te dê uns 15 minutos de fama para galera ver e aí quem gostar de você vai atrás.

Duo Postal: O último disco foi o “Pra quem não sabe”, quando vai sair material novo, vocês já têm composições novas?

Prosaico: Temos muitas composições. Provavelmente, o segundo disco deva sair em 2012. A gente quer criar outras coisas, porque nesse disco, apesar de já ter um tempo, não se aproveitou muito. A gente gravou e está vendendo em show. Está uma média de cinco CDs vendidos para cada dez pessoas.

Duo Postal: Vocês já tocaram em universidades, como são as apresentações?

Prosaico: Tocar em universidade é muito bom pra gente. O público é diferente, eles têm uma outra visão. São pessoas de diferentes estilos, reunidas curtindo a nossa música, é empolgante.
Fotos: Marcelo Mesquita