Segundo maior município em população teve aumento da criminalidade
Natássia Lima
Os altos índices de homicídios em São Gonçalo nos últimos meses revelam, entre outros dados, a vulnerabilidade da segurança pública. A polícia investiga uma ligação entre o aumento da criminalidade na cidade e a migração de bandidos do Rio de Janeiro para o norte Fluminense. Sobretudo, após a instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em comunidades dominadas pelo tráfico de drogas.
Um estudo aponta a migração dos traficantes para municípios vizinhos. Niterói e São Gonçalo estão entre as cidades mais procuradas. Nesses locais, o roubo de carros, assaltos a residências e apreensão de drogas aumentaram cerca de 70% em comparação ao ano passado.
O comandante geral da Polícia Militar, Coronel Mário Sérgio Duarte, afirmou que a falta de efetivo no 7º Batalhão de Polícia Militar é uma das causas do aumento da violência urbana. Segundo o Coronel, houve redução no número de policiais. Atualmente, a unidade conta com cerca de 650 homens para realizar o policiamento no município, que de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) possui aproximadamente um milhão de habitantes.
Os moradores da cidade têm sentido o aumento da insegurança que se reflete na alteração de suas rotinas. Como é o caso de Mirna Mattos, moradora do bairro Salgueiro, que afirma: “Eu nasci e fui criada aqui e o que tenho visto é um quadro muito triste na história da cidade. Temos convivido com bandidos nas portas de nossa casa, tiroteios constantes e vários amigos e parentes sendo vitimados. Esses dias estava me arrumando para sair com meu bebê e tive que me jogar no chão com ele por causa dos tiros.”
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, existe, porém, uma estratégia da polícia para impedir que as UPPs da capital Fluminense provoquem um aumento da criminalidade em outras cidades. Numa entrevista recente para um jornal do Rio, o governador Sérgio Cabral afirmou que outras UPPs vão ser instaladas ainda este ano, e que as regiões metropolitanas deverão ser contempladas.