sábado, 25 de dezembro de 2010

2010: O ano em que o meio ambiente gritou por socorro

Anne Araújo

         O primeiro dia do ano de 2010 ficou marcado pela forte chuva que transformou um dos principais paraísos do Estado do Rio em cenário de destruição. Angra dos Reis foi o mais castigado pelas chuvas e teve dois graves pontos de deslizamentos. Um deles na baía da Ilha Grande onde uma encosta atingiu uma pousada e mais sete casas, 19 pessoas morreram. O outro ponto foi o Morro da Carioca, onde 21 pessoas morreram soterradas.
         Em abril, o Rio de Janeiro ficou ilhado devido às 24 horas de chuva. O volume de água superou a marca histórica e atingiu 288 milímetros. Diversos pontos do Estado foram castigados por enchentes e deslizamentos que causaram grande destruição, colapso na infraestrutura e nos transportes e deixou o Rio em estado de alerta.
         Niterói foi a cidade que mais sofreu com as chuvas e registrou o pior deslizamento de terra do Rio de Janeiro, no Morro do Bumba. Lá cerca de 40 casas foram arrastadas morro abaixo e centenas de moradores morreram soterrados no local. A maioria dos corpos nunca foram encontrados devido a rapidez com que se decompuseram.
         O Bumba era um lixão desativado desde a década de 80. Diversas casas foram construídas sob o amontoado de lixo e muitos moradores sabiam do risco que corriam. O terreno era bastante instável devido ao acúmulo de resíduos. Além disso, a decomposição do lixo resulta na produção de metano, com risco de explosões, e de chorume, que causava constantes problemas de saúde nos moradores do local.
         Os deslizamentos atingiram não só o Bumba, mas também muitos outros bairros de Niterói e deixaram um total de 168 vítimas fatais.
         Muitos bairros cariocas registraram alagamentos e deslizamentos. Na Região Metropolitana as áreas mais afetadas foram Grajaú, Tijuca, Santa Tereza e Rio Comprido. Municípios da Baixada Fluminense e Região Serrana também registraram mortes. No total foram 49.
         Na ocasião o governador do Rio, Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias pelas vítimas. O prefeito, Eduardo Paes, pediu ao Governo Federal uma ajuda de R$ 370 milhões para recuperar a cidade dos transtornos que a chuva causou. Em Niterói, foi pedido um valor entre R$ 15 e R$ 20 milhões.
         No início do mês de dezembro o Rio passou por mais um temporal. A forte chuva pegou muitos cariocas de surpresa e deixou a cidade submersa. Até a festa que havia sido preparada para comemorar o título brasileiro do Fluminense teve de ser adiada.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Feira de Petrópolis em Niterói

Gabrielle Fernandes
Uma passadinha depois do trabalho numa diversificada feira, não faz mal a ninguém, não é? É exatamente o que estão fazendo os trabalhadores fluminenses depois de um exaustivo dia de rotina. A Feira de Petrópolis, organizada pela empresa Petro Serrana Comércio e Eventos LTDA, está fazendo sucesso em Niterói há, mais ou menos, um ano e meio. 
Quem vai ou volta do Rio, e usa as barcas como transporte, já deve ter passado em frente à feira, que fica no Centro da Cidade, e provavelmente, já deve ter parado para fazer umas comprinhas ou entrado por curiosidade. Entretanto, não só os que passam pelo caminho, mas também pessoas que vêm de longe são clientes assíduos da feira.
Organizada por uma família petropolitana, que já está no mercado há 20 anos, a feira é composta por barracas de roupas masculinas e femininas, calçados, bolsas, bijuterias, lingeries, etc. Tem até uma lanchonete, com o famoso pastel e caldo de cana, para matar a fome depois das compras. 
A empresária Thereza Couto, junto com seus filhos Claudia Sertã e João Marcelo, resolveu organizar a feira em abril do ano passado e está feliz com o sucesso, que por sinal, também movimentou o local. “Para todo mundo foi bom, pois movimentou o local e aumentou a opção para os consumidores. Apesar de o Centro de Niterói ter um vasto comércio, a nossa feira traz muita coisa diferente, com preço e qualidade”, enfatizou Thereza, que acha importante essa profissionalização do mercado informal, pois além de gerar empregos, organiza o mercado.
 “Isto poderia ser feito com todos os comerciantes informais, ajudaria a diminuir o número de camelôs na cidade”, acredita a administradora, Neuza Lima, que sempre dá uma passada na feira depois do trabalho.
A vendedora Lilian Correa diz que algumas pessoas reclamam dos preços. “Por ser feira acham que tem que ser tudo barato demais”, diz ela, mas garante que o preço é muito bom e tem peças mais sofisticadas, que valem o valor. A comerciante trabalha em uma barraca especializada em jeans, “trabalhar aqui é muito bom, um clima diferente de loja. Os dias de mais movimento são quarta, quinta e sexta-feira”, explica.
O horário de mais movimento é a partir das 16h, pois o público mais frequente é o que utiliza as barcas ou pega ônibus no terminal rodoviário, na volta do trabalho.
Geralmente, as barracas têm um provador próprio, mas as que não têm, exigem que o cliente deixe um documento de identidade para que possam experimentar a roupa no provador geral da feira. Porém, mesmo assim, o segurança Romildo da Silva diz que “já houve furtos, mas isso é inevitável, por maior que seja a segurança, sempre tem um espertinho, as vendedoras têm que ficar espertas. Mas assalto mesmo, nunca teve, além de nós, tem segurança 24h por dia”.
As clientes Rosemar e Vanessa, moram em Magé e estiveram na feira pela segunda vez. “A gente vem aqui só pra comprar. Chegamos sem bolsa nenhuma e estamos saindo carregadas por elas (risos). Aqui tem muita coisa diferente, o preço é ótimo, o atendimento também é superorganizado”, diz Rosemar que vem de Magé somente para fazer compras na feira.  
A feira funciona de terça à sexta-feira, das 11h às 21h e fica localizada na Rua Visconde do Rio Branco, s/nº, no Centro de Niterói. Para mais informações basta ligar para 2613-2222.