O primeiro dia do ano de 2010 ficou marcado pela forte chuva que transformou um dos principais paraísos do Estado do Rio em cenário de destruição. Angra dos Reis foi o mais castigado pelas chuvas e teve dois graves pontos de deslizamentos. Um deles na baía da Ilha Grande onde uma encosta atingiu uma pousada e mais sete casas, 19 pessoas morreram. O outro ponto foi o Morro da Carioca, onde 21 pessoas morreram soterradas.
Em abril, o Rio de Janeiro ficou ilhado devido às 24 horas de chuva. O volume de água superou a marca histórica e atingiu 288 milímetros. Diversos pontos do Estado foram castigados por enchentes e deslizamentos que causaram grande destruição, colapso na infraestrutura e nos transportes e deixou o Rio em estado de alerta.
Niterói foi a cidade que mais sofreu com as chuvas e registrou o pior deslizamento de terra do Rio de Janeiro, no Morro do Bumba. Lá cerca de 40 casas foram arrastadas morro abaixo e centenas de moradores morreram soterrados no local. A maioria dos corpos nunca foram encontrados devido a rapidez com que se decompuseram.
O Bumba era um lixão desativado desde a década de 80. Diversas casas foram construídas sob o amontoado de lixo e muitos moradores sabiam do risco que corriam. O terreno era bastante instável devido ao acúmulo de resíduos. Além disso, a decomposição do lixo resulta na produção de metano, com risco de explosões, e de chorume, que causava constantes problemas de saúde nos moradores do local.
Os deslizamentos atingiram não só o Bumba, mas também muitos outros bairros de Niterói e deixaram um total de 168 vítimas fatais.
Muitos bairros cariocas registraram alagamentos e deslizamentos. Na Região Metropolitana as áreas mais afetadas foram Grajaú, Tijuca, Santa Tereza e Rio Comprido. Municípios da Baixada Fluminense e Região Serrana também registraram mortes. No total foram 49.
Na ocasião o governador do Rio, Sérgio Cabral decretou luto oficial de três dias pelas vítimas. O prefeito, Eduardo Paes, pediu ao Governo Federal uma ajuda de R$ 370 milhões para recuperar a cidade dos transtornos que a chuva causou. Em Niterói, foi pedido um valor entre R$ 15 e R$ 20 milhões.
No início do mês de dezembro o Rio passou por mais um temporal. A forte chuva pegou muitos cariocas de surpresa e deixou a cidade submersa. Até a festa que havia sido preparada para comemorar o título brasileiro do Fluminense teve de ser adiada.