domingo, 19 de agosto de 2012

TJ Uniterói #03 - blocos 1,2,3 e 4

Programa produzido por estudantes de Jornalismo
Gravado em setembro de 2009

Matérias:
Greve dos Correios
Inventário do Turismo
Crianças na Câmara Municipal
Entrevista: Oscar Marmolejo
Vôlei do Unipli
Dia Mundial sem carro
Inauguração do novo estúdio com programa de José Carlos Araújo e cineclube
Mostra de Flores

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Brindemos à poesia

Marcelo Mesquita

Um Brinde à Poesia: os poetas se reúnem na penumbra do teatro, uma luz tímida é projetada no palco e o público se acomoda nas cadeiras e contempla esse momento de magia. Os poetas se apresentam e cada um mergulha fundo na complexidade das palavras que são ditas com tanta veemência que parece que dá para pegá-las no ar. A emoção é sentida em cada gesto, em cada suor e em cada riso, alguns são banais, outros geniais, não importa. A poesia é única naquele instante e Lucília, trajando suspensórios e um chapéu robusto, conduz o espetáculo. Foi aos 14 anos de idade, na timidez da adolescência, que a poetisa Lucília Dowslley se interessou e escreveu a sua primeira poesia, chamada “Solidão”, pois ficava quieta na carteira e não se comunicava em sala de aula. Sua pretensão era sempre sair dali e se comunicar com as pessoas em volta.
            - Escrevia muito sobre solidão e sobre as notícias que eu lia sobre o mundo, e lembro que eu chorava e escrevia – explica a poetisa.
            Desde então, Lucília descobre a poesia de Fernando Pessoa, Cecília Meirelles e Vinícius de Moraes, porém foi com Pessoa que ela se envolveu e teve mais contato.
            - Carla Soares, uma grande amiga, trouxe o Pessoa para os palcos, para a minha trajetória poética, porque ela sabia de cabeça os textos grandes e eu fui ter mais contato com Pessoa dentro da poesia falada e nas apresentações que eu fazia – afirma.
            No entanto, na noite de 10 de maio de 1999, dois dias para seu aniversário, uma revelação num sonho mostrou à Lucília como seria o evento, algo como um anjo dizendo tudo que deveria ser feito para que “Um Brinde à Poesia” fosse de fato um momento mágico e sublime.
            - Acordei com a ideia do nome na cabeça, da foto que seria símbolo do movimento, da data em que eu deveria lançar, quem seriam os patronos, os poetas que iriam falar no lançamento, se eu deveria fazer uma publicação de mil livretos que poderia ser distribuído no evento. A foto-símbolo foi uma que fiz no Central Park, em Nova York um ano antes, em 1998, guardei e intitulei como “Meu Anjo” – complementa.
            “Um Brinde à Poesia” é um sarau poético apresentado no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói-RJ, mas no início apenas Lucília e Carla apresentavam trabalhos de Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes. Nas edições posteriores até hoje são sempre três poetas convidados, Lucília faz a abertura, há uma canja, que é o momento em que o público que chega pela primeira vez, ou pessoas que nunca participaram da programação como poeta convidado, podem ir ao microfone e falar um poema de sua autoria ou de qualquer outro poeta.
            - Depois, os três poetas convidados do mês prestam uma homenagem a algum compositor brasileiro e, às vezes, no mesmo mês, há algum poeta consagrado e aí tem uma atração musical também que sempre me acompanha – ressalta Lucília.
            Lucília ainda lembra da parceria com a Fundação de Artes de Niterói que a ajuda na divulgação, além da cidade ter um clima propício para poesia. Ela se sente feliz pelo público ter contato e ir porque gosta ou das pessoas que vão para conhecer e passam a gostar, a se interessar mais e a frequentar e estar todo mês até chegar ao ponto deles pegarem o microfone e se apresentarem. Para ela todos são importantes, independente se o poeta tem uma projeção nacional ou mundial, o que importa é a pessoa se expressar e ter esse canal de expressão. A arte para Lucília faz com que o ser humano consiga ter um caminho para o autoconhecimento e uma visão geral do mundo que o rodeia. “Um Brinde à Poesia” é uma vitrine para quem está começando, inclusive, para ter a oportunidade de mostrar o trabalho autoral, tanto de poetas quanto de compositores. Ao final, Lucília declara e transcende nas palavras que define o que é poesia.
            - A poesia é a vida, é esse pulsar, é despertar um brilho no olhar, um sorriso, é abrir os olhos pela manhã e perceber o céu, os pássaros, as flores. A poesia é a vida, toda arte tem poesia, todo tipo de expressão artística tem poesia, ela está contida em cada ser humano, no cosmos, no universo. Acredito que todo mundo de uma certa forma tem um poeta dentro de si, seja com a palavra falada, na música, o poeta do corpo, da dança, então são várias as formas de expressão em que a poesia se manifesta – conclui.
Foto: divulgação

sábado, 14 de abril de 2012

TJ Uniterói #02 - blocos 1,2,3 e 4

Programa produzido por estudantes de Jornalismo. Gravado em setembro de 2009.
Matérias:
Fort. Santa Cruz
Bienal do Livro
CIEE
Correios
Homenagem ao Reitor do Unipli
Vital Brazil

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Publicitário Pedro de Luna investe em quadrinhos esportivos

Pedro de Luna
Marcelo Mesquita

            Nascido em Volta Redonda, o publicitário e desenhista Pedro de Luna que desde os nove anos de idade mora em Niterói, começa a se interessar por quadrinhos a partir da adolescência. Mas foi nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro em 2007 que Pedro inicia desenhos com certo teor esportivo.
            - Fiz um pôster em que mostrava a cidade e as pessoas praticando esporte, só que era uma paródia com os jogos do Pan, por exemplo, na corrida de obstáculo fiz um cara correndo desviando dos carros e pulando sobre cocô de cachorro – ironiza.
            Desde então, Pedro começa a notar que há pessoas que se interessam em quadrinhos esportivos e percebe que em alguns jornais de grande circulação não têm charge esportiva.
            - Pensei em fazer uma sobre o meu time de coração, em que pudesse desenvolver uma resenha esportiva de cada jogo do Fluminense nos quadrinhos – afirma Pedro.
            A ideia era que todo jogo do Tricolor, Pedro assistisse e desse sua opinião em forma de tirinhas. Em 2010 as tiras foram publicadas no blog www.quadrinhosdoflu.wordpress.com e fizeram muito sucesso quando o clube foi tricampeão brasileiro. Depois de uma pausa no ano passado Pedro inicia 2012 com novas ideias, inclusive de publicá-las num jornal em parceria com outros desenhistas torcedores de clubes rivais.
            - Pensei em retomar com intenção de até estampar as tirinhas em camisetas ou em outros produtos, imagino que poderia entrar num jornal até quatro quadrinhos, a minha do Fluminense, outro de um botafoguense, flamenguista e vascaíno e cada um fizesse a análise da rodada e colocasse o seu ponto de vista – conclui.

Charge produzida por Pedro de Luna
            Pedro não pensa em criar um personagem específico, os protagonistas seriam os próprios jogadores e técnico do clube. Porém as ideias de Pedro não têm limites, para ele seria muito bom se o Fluminense abraçasse o projeto a fim de expor as tirinhas no site do clube, patrocinasse em revistas em quadrinhos ou em uma animação que pudesse passar no intervalo dos jogos.
            - Porque no fundo é uma homenagem que faço ao Fluminense e também é uma forma de ser ouvido, pois a gente nunca sabe se o clube ou o técnico leva em conta o que a torcida está querendo – garante.
            Os quadrinhos ainda ajudam Pedro no dia a dia de sua profissão. Para ele é importante expressar alguma ideia nas ilustrações que realiza.
            - Hoje em dia os empresários procuram pessoas que sejam cada vez mais multimídia. Crio e também ilustro e isso acaba sendo um diferencial, porque eles entendem o que você quer e ainda bem que tenho esse dom – afirma.
            Além dos quadrinhos, Pedro de Luna ainda é autor de Niterói Rock Underground, livro independente que mostra a transição da música e da cultura no país e seus reflexos em Niterói. Em duas semanas de pré-venda já havia vendido 150 exemplares. Além de Niterói o livro já foi lançado em Belo Horizonte-MG, São Paulo-SP, Curitiba-PR, Aracajú-SE e São Luís-MA.
            - O mais legal é poder levar o rock de Niterói para outros lugares do Brasil. Se o pessoal do Fluminense gostar posso ainda fazer o mesmo modelo e lançar algumas revistas em quadrinhos do clube – conclui o torcedor Pedro.
Foto: Marcelo Mesquita

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Venda de máscaras aumenta 15% este ano

Olga Gibert e a Fábrica Condal
Marcelo Mesquita

            Há mais de 50 anos a Fábrica Condal, situada no bairro de Neves em São Gonçalo, produz milhares de máscaras todos os anos. Inaugurada pelo artista plástico espanhol Armando Valles, a fábrica é famosa por reproduzir desde o final da Ditadura, faces de políticos, entre eles a presidente Dilma Rousseff, José Sarney, Leonel Brizola, entre outros. A esposa do fundador e proprietária Olga Gibert admite que para 2012 nenhum político apareceu muito em evidência, como em 2010 que tínhamos o Barack Obama recém-eleito ou no ano passado que tínhamos o divertido Tiririca, mesmo assim as máscaras dos políticos fazem muito sucesso entre os jovens, principalmente no norte do Brasil. Entre as personalidades internacionais destaque para o ditador líbio Muamar Kadafi, o terrorista Osama Bin Laden e o rei do pop Michael Jackson. As máscaras são vendidas em lojas de artigo para festas em todo o Brasil e os pedidos para este ano aumentaram em 15% em relação ao ano passado.
            - O carnaval de rua deste ano vai ser muito maior do que nos anos anteriores, além das máscaras de monstros, as fantasias de oncinha estão muito marcantes – conclui Olga.
            Exportar as máscaras para a Europa em dificuldades e ainda ter que competir com o mercado chinês fez a fábrica Condal ter uma queda de 70% em relação ao ano passado.
            - Exportamos poucas máscaras este ano porque a Europa está em crise e perdemos também por causa das máscaras chinesas – admite e continua – mas a diferença das nossas máscaras para a dos chineses é que tudo aqui é feito com amor – afirma a proprietária.
             Além de políticos e artistas a Condal também produz máscaras de jogadores de futebol, personagens infantis, monstros clássicos como o Drácula e animais como girafas e leões, porém o personagem de maior sucesso de vendas ainda é o King Kong.
            Para o processo de criação, um artista plástico faz a escultura em argila de cada rosto dos personagens na própria fábrica, depois de passar no gesso e na máquina, é finalizado com a pintura. Olga Gibert está à frente da produção das máscaras para fazer o carnaval do Rio de Janeiro e do mundo mais alegre e divertido com rostos de famosos em toda parte.
Fotos: Marcelo Mesquita