sábado, 8 de outubro de 2011

Poesia como alimento para a alma

O poeta Fabiano Silmes

Marcelo Mesquita

            Na Lapa, bairro boêmio do Rio de Janeiro, o poeta Fabiano Silmes nos brindou com o lançamento de seu primeiro livro de poesia, intitulado Comida para Bicho-Cabeça (Editora Multifoco, 2011). Aos 13 anos, Fabiano já gostava e lia alguns pensamentos de John Lennon, Mahatma Gandhi, Oscar Wilde, entre outros. A partir dos 15, quando conheceu a poesia de Manuel Bandeira, não parou mais de escrever. Além disso, a música também teve uma forte influência em sua vida poética.
            E foi num lugar descontraído, ao som de chorinho e ao sabor de um bom vinho, que o poeta recebeu os amigos e concedeu uma entrevista ao Duo Postal. Entre tantas coisas, Fabiano nos conta sobre o início de sua carreira e de seus projetos culturais para o futuro.

Duo Postal: Quando foi que começou seu gosto por poesia?

Fabiano Silmes: Meu gosto por poesia começou quando conheci Manuel Bandeira. Eu acho que foi um divisor de águas, pois até então eu tinha uma visão equivocada mesmo da poesia. Achava muito formal e o Bandeira veio desconstruindo essa imagem, me mostrou uma poesia extremamente fácil, agradabilíssima, porém profunda.

Duo Postal: A música teve um papel importante em sua vida literária?

Fabiano Silmes: Eu comecei a perceber mais a poesia através da música. Grupos como Legião Urbana, The Doors, Cazuza, Titãs, entre outros. Foi devido a eles que pude notar a musicalidade das palavras e a vida que elas têm.

Duo Postal: Como foi o processo para escolher quais poesias entrariam no seu livro?

Fabiano Silmes: Confesso que foi um processo bem difícil. Eu procurei selecionar em duas partes. Para o meu primeiro livro, venho com uma poesia mais sentida, menos densa. Meu segundo vai condensar tudo que foi elaborado no primeiro. Grandes poetas amigos meus contribuíram muito para o meu caminhar, como Rômulo Narducci, Emanuel de Jesus, sempre deram opinião e fui selecionando a partir do conceito de todos.

Fabiano Silmes autografa seu livro Comida para bicho-cabeça
Duo Postal: Qual é a sensação, depois de tanto tempo escrevendo, e agora estar concretizando em livro seus escritos?

Fabiano Silmes: É uma realização. As poesias precisavam de uma casa para abrigá-las. Creio que foi uma realização tanto para mim, como poeta, quanto para as minhas poesias, como forma livre de pensamento. É como dar vida às poesias.

Duo Postal: Que tipo de projetos você ainda pretende trabalhar?

Fabiano Silmes: Estou escrevendo um livro de crônicas. Estou com um curta-metragem em andamento que escrevi em parceria com o cineasta Vitor Hugo e mais para frente, quero trabalhar com teatro também.

Duo Postal: O que o leitor pode esperar de seus próximos trabalhos?

Fabiano Silmes: Densidade. À medida que o tempo vai passando, eu vou tendo uma visão mais densa e vou construindo sobre o alicerce que está sendo esse primeiro livro.

Duo Postal: Como você define o Comida para Bicho-Cabeça?

Fabiano Silmes: O alimento para as almas.
Fotos: Marcelo Mesquita