Marcelo Mesquita
Partimos de Niterói às 08h da manhã de terça-feira, 18 de janeiro com destino à cidade de Cachoeiras de Macacu. Lá sairia mais um caminhão que nos aguardava para o transporte das garrafas de água mineral que seriam doadas às vítimas das enchentes de Nova Friburgo. Num total de 10 mil litros.

Era comum ver vários carros da Polícia, Bombeiros e da Defesa Civil espalhados por toda a cidade. Caminhões de seguros haviam rebocado muitos carros que tinham sido atolados pela lama das enxurradas. Também havia casas em situação de perigo, em que deslizamentos poderiam acontecer a qualquer momento em que houvesse uma chuva forte.
Enquanto estávamos na altura da Serra Verde Imperial, faltando aproximadamente uns 13 km para o centro da cidade de Nova Friburgo, um engarrafamento impedia os motoristas de prosseguirem. Havia apenas uma passagem e a Polícia estipulava um tempo determinado para a travessia dos carros. O engarrafamento era muito grande e chegamos a ficar mais de uma hora completamente parados. O transtorno fez com que alguns motoristas saíssem de seus carros e aguardassem do lado de fora.

O governador Sérgio Cabral também estava na cidade e anunciou projetos habitacionais e disse que a parcela do benefício do Aluguel Social será paga para os seis mil desabrigados já no início de fevereiro.
Por volta das 14h chegamos na Avenida Alberto Braune para a descarga da água. A Defesa Civil, com ajuda de voluntários, recolhia todas as doações na antiga fábrica Ypu em Nova Friburgo e descarregamos os caminhões. Segundo o motorista Ivanildo: “estar contribuindo para esse pessoal que precisa, é gratificante”, concluiu.
E não é para menos, a cidade de Nova Friburgo foi uma das mais atingidas pelas enchentes. O governo decretou estado de calamidade pública na região. Até o final desta edição, o número de mortos chegava a 742 em toda Região Serrana , com 353 mortos em Nova Friburgo , 298 em Teresópolis, 62 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, seis em São José do Vale do Rio Preto e um em Bom Jardim. Ainda há a possibilidade de encontrar mais corpos e estima-se que 25 mil pessoas ainda estejam desalojadas e desabrigadas em toda a Região Serrana.

Fotos: Marcelo Mesquita